sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Pseudo Antipatia Brasiliense


Faz tempo que comento sobre isso com meus amigos. O brasiliense tem fama de antipático para quem é de fora do distrito federal. Eu me perguntei por muito tempo o porquê disso. Só quando fiz um documentário na minha época de faculdade consegui achar uma resposta.

Quando fazemos uma pesquisa, como eu fiz há tempos atrás, é importante ser imparcial para não contaminar a informação recebida e que será retransmitida. Lembro-me que o conteúdo desse documentário era muito bom mesmo, talvez o formato nem tanto. Mas tudo bem, éramos estudantes de publicidade. Depois deste trabalho pude notar a "pseudo antipatia brasiliense" e entender um pouco da sua existência.

Para quem passa férias em outro lugar, ou já morou em outro lugar, sabe que fora daqui é normal dar bom dia para as pessoas, conversar com pessoas na rua, pedir informação e cumprimentar alguém que você conhece, mesmo que seja de vista. Aqui nem sempre isso ocorre porque a cidade foi projetada, construída e depois habitada. Se formos analisar como uma cidade (não planejada) surge, notamos que é originada de famílias que mudam para um espaço e ali constróem o que precisam para sobreviver como padaria, comércio, escola, praça.

Praça é o lugar onde as pessoas se encontram para conversar, vão a pé e encontram várias pessoas que moram no seu bairro. Praças não temos em Brasília, não como deveriam ser. Temos a Praça dos três Poderes e a Praça Portugal. Essa última completamente abandonada. Isso tudo porque a cidade foi planejada. Então para irmos a uma praça temos que pegar uma carro, para comprar um pão também, para comprar um remédio também.

Resumindo, não temos convívio social suficiente para adquirirmos hábitos sociáveis de uma cidade brasileira que não seja nossa capital. Não estou dizendo que somos seres anti sociais, claro que não, nossas socializações tem hora certa para acontecer, ou você vai me dizer que nunca foi em um churrasco de domingo na casa de alguém? Mas nós podemos mudar isso, é claro que é bem mais difícil assim pois crescemos aqui e para nós é normal não conversar com estranhos e até mesmo conhecidos! Quantas vezes já não me peguei em uma situação que encontro alguém que conheço mas não vejo há algum tempo e não cumprimento a pessoa com medo dela não lembrar de mim? E acaba que nenhum dos dois se falam porque do outro lado o medo é mesmo!

Mas eu decidi mudar, e sempre falo com as pessoas, mesmo quando elas não são elas, e o máximo que acontece são risadas em geral. Nossa cidade é linda e o povo daqui também é, mas podemos ser um pouco mais simpáticos, não por educação, mas para revertermos um fato histórico que não foi opção nossa! Na foto o pôr-do-sol na Ermida, algo lindo que virou trecho de uma música do Macunaíma chamada Linda Brasília. Foto de Léo Macello

3 comentários:

Fransmey disse...

Essa cidade é maravilhosa e povo também!
Claro que a gente tinha que ter um defeitinho né? Mas eu tenho muita certeza que é um lapso imposto pela arquitetura da cidade.
Aos pouquinhos vai mudando.
Que bom que tá gravando suas canções solo. É isso que to fazendo aqui no RJ também. Só que eu sinto muita falta do resto da banda, é bom demais: as risadas, as brigas, os sonhos, mas enfim vou pra onde o vento me levar! Obrigada por oferecer as músicas!

Beijos

Unknown disse...

Aí, Thiagovski,
Aqui em Sampa as pessoas tb fingem que nao te conhecem!!!! Acho palha, mas nao tenho sua coragem de cumprimentar assim mesmo!!
Parabéns pela atitude! Este é meu irmão!!!

Marconi de Oliveira disse...

Muito bom texto, retratou bem o q conversamos sobre o assunto, e o caso da formação da cidade e sociedade q a habita tbm foi muito bem empregado!!!
Parabéns bro, e concordo contigo, mudaremos ou continuemos nesse mar de pseudo antipatia!!!
FORÇA SEMPRE!!!